quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dori Caymmi – Cinema: A Romantic Vision (1999)

UM BAIANO EM HOLLYWOOD





Dori Caymmi lançou em 1999 este álbum só com músicas de cinema. Imperdível. O disco recebeu a indicação ao Grammy de melhor arranjo e tem um elenco de feras acompanhando o músico, que capricha na voz e violão:

Bateria: M. Shapiro
Baixo: Abraham Laboriel
Percussão: Paulo da Costa
Piano: Billy Childs
Sax: Scott Mayo, Tom Scott, Gary Meek
Guitarra: Tim Weston
Teclado: Don Grusin
Vocais: Arnold McMuller, Carmen Bradford

1. Pink Panther (Henry Mancini)
2. My favorite Things (Oscar Hammerstein & Richard Rogers)
3. I Believe I can fly (R. Kelly)
4. James Bond theme (Monty Norman)
5. Cinema Paradiso (Andrea Morricone & Ennio Morricone
6. Something's Coming (Stephen Sondhein & Leonard Bernstein)
7. Manhã de Carnaval (Antônio Maria & Luiz Bonfá)
8. It Might Be You (Alan Bergman & Dave Grusin & Marilyn Bergman)
9. The Shadow of Your Smile (Paul Francis Webster & Johnny Mandel)
10. Raindrops Keep Falling on My Head (Burt Bacharach & Al David)

Ouça o disco:
http://lix.in/-41b298

sexta-feira, 17 de abril de 2009

The Masqueraders – Everybody Wanna Live On (1976)




Essa fonte não secará jamais

Tenho esse disco desde 1989 mas só agora me dei conta do óbvio: era dessa fonte que Tim Maia bebia e se embebedava até cair; aliás, de fontes como essa, tantas e tantas. O cara tinha bom gosto. E sabia reproduzir tudo em seu trabalho sem parecer xerox malfeita. Ouvindo o disco, dá até pra ver a figura do Tim, nítida. Para os amantes da boa e velha Black Music.

Minha faixa preferida: Your Sweet Love Is a Blessing, a última do disco; Tim Maia está ali, reencarnado.



Biografia
The Masqueraders
(texto: Allmusic.com)

The Masqueraders were one of the longest-lived yet little-known groups in soul music history. According to an interview with soul collector and historian Greg Tormo, their origins date back to Dallas, Texas in 1958 — middle-schoolers Charlie Moore (lead vocals) and Robert Tex Wrightsil (first tenor) formed the earliest incarnation of the group, then dubbed "the Stairs," with brothers Johnny and Lawrence Davis in the second and third tenor slots and "Little" Charlie Gibson singing bass. Circa 1959, the Stairs recorded at least three singles for the local South Town label — "Brown-Eyed Handsome Man," "Caveman Love," and "Flossie Mae" — before the Davis brothers left the group and Gibson enlisted in the U.S. Army. Moore and Wrightsil scrambled to find replacements, with Moore eventually moving to baritone to accommodate new lead vocalist Lee Wesley Jones; tenor Harold Thomas, and bass David Sanders filled out the new lineup, which toured relentlessly throughout Texas. They often appeared in small towns under the guise of national chart groups, easily emulating the style of any act they so chose — as a result, they officially renamed themselves the Masqueraders, making their recorded debut under that name with 1963's "A Man's Temptation." After cutting 1965's "Talk About a Woman" for the Houston label Soultown, the Masqueraders traveled to Detroit to audition for Motown — informed that their style and approach were too similar to that of the Temptations, the group found themselves stuck in the Motor City with no money to return home, hatching a plan to perform at the local Twenty Grand Club to earn enough cash for return fare. En route they stumbled on a recording studio owned by La Beat label owner Lou Beatty, who would go on to release five Masqueraders singles ("The Family," "I'm Gonna Make It," "Together That's the Only Way," "Be Happy for Me" and "I Got the Power") spread across 1966 and 1967. None of their La Beat singles made a commercial impact, however, and the Masqueraders next traveled to Memphis to audition for producer Chips Moman. The group would proceed to record a total of eight singles at Moman's American Studios beginning with 1967's "I Don't Want Nobody to Lead Me On" — licensed to the New York label Wand, the song was a minor regional hit, and was later recorded by both former NFL star Rosey Grier and the Gentlemen Four. To avoid contractual snafus, Moman credited the Masqueraders as Lee Jones & the Sounds of Soul for the 1968 follow-up "This Heart Is Haunted," which he licensed to the Amy label. After "Do You Love Me Baby" failed to generate much interest, Wand dropped the Masqueraders, and Moman negotiated a new deal with Amy's parent label, Bell — the three singles that resulted (the minor hit "I Ain't Got Nobody Else," "How Big Is Big," and "Steamroller") represent the creative zenith of the group's career, boasting a gospel-influenced deep soul sound gilded by American Studios' crack session crew. During this time, the Masqueraders also contributed backing vocals to sessions by blue-eyed soul combo the Box Tops. Their next single as headliners, 1968's "I'm Just an Average Guy," was their first true national hit — released via Moman's AGP label, the record reached the number 24 spot on the national R&B charts. "The Grass Is Green" closed out the year, and in 1969 the Masqueraders swelled to a six-piece with the addition of vocalist Sammie Hutchins; when Lee Evans failed to show up for performances, Hutchins assumed his lead vocal spot, a position he assumed full-time when Evans ultimately left the group altogether. After one final AGP single, "Love, Peace and Understanding," the Masqueraders finally left Memphis and returned home to Dallas, establishing their own Stairway label to release 1971's "Let Me Show the World I Love You"; with little promotion and no national distribution deals to speak of, neither the single nor its 1972 follow-up "The Truth Is Free" attracted any notice outside of Texas, and in 1973 the group returned to Memphis, this time landing with Willie Mitchell's famed Hi label. After two Darryl Carter-produced singles — "Let the Love Bells Ring" and "Wake Up, Fool" — Hi terminated the Masqueraders contract; after a quarter century with the group, he co-founded, Charlie Moore decided he'd had enough and resigned in 1974, paving the way for Lee Evans to return. In 1975 they signed with Isaac Hayes' HBS label, soon releasing their first-ever full-length album, Everybody Wanna Live On. Love Anonymous appeared later that same year, but HBS then declared bankruptcy and the Masqueraders spent the remainder of the decade without a recording contract, although they cut a series of still-unreleased demo sessions in addition to maintaining a relentless touring schedule. After signing with the Atlanta-based Bang label, in 1980 the Masqueraders released a self-titled LP that remains their final recorded work to date; Moore eventually returned to the lineup, however, and as of this writing, the group remains a going concern some four decades beyond its inception.

Discografia The Maqueraders:
1976 – Everybody Wanna Live On
1977 – Love Anonymous
1980 – The Masqueraders

Ouça o disco:

http://www.mediafire.com/download.php?dytw10n3mgm

terça-feira, 31 de março de 2009

Sharon Cash - Nature Boy (1970)



Amazing Grace

As coisas que descubro! Como gritaria Geni a Herculano em Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues: "Você pensa que sabe de tudo? Você não sabe de nada!"

Eis aqui uma bela mistura do sagrado com o profano, na voz de uma cantora desconhecida, que faz um híbrido de Jesus e Shaft. Em 1970 não poderia ser diferente.

Sharon Cash - Nature Boy (1970):

http://www.mediafire.com/download.php?gondzzdl2wt

terça-feira, 3 de março de 2009

Johnny Guitar (1954, de Nicholas Ray)



Sessão Nostalgia: Western, um gênero feminino a partir de Johnny Guitar?

Johnny Guitar é um faroeste. E como faroeste, tem mocinhos e bandidos. Mas o que o difere de outros filmes do gênero, produzidos às centenas na época em que foi realizado, é simples até certo ponto: no lugar dos machões, há duas mulheres no comando. Logo no início, um dos personagens diz: “Ela pensa como homem, age como homem, eu perto dela não sou homem”. Ele está se referindo à Viena (Joan Crawford), a dona de um saloom que pretende trazer a modernidade para o vilarejo construindo uma linha férrea. Do outro lado temos Emma (Mercedes McCambridge), a chefona do lugar, grande rival de Viena. Além da disputa pelo poder, as duas têm algo mal resolvido no passado. O embate entre elas cria sequências antológicas e transforma os homens não só em meros coadjuvantes, mas também em fantoches que vão caindo por terra um a um. São os tais “caprichos femininos” dando todas as cartas num mundo estritamente masculino até então. Às vezes há essa ruptura nas artes. Em 1954, ano de realização de Johnny Guitar, ainda não se falava abertamente em feminismo, que iria tomar fôlego mesmo somente na década seguinte. Mas o grande diretor Nicholas Ray foi além e montou um palco onde as mulheres (mocinha mas nem tanto e bandida) pudessem gritar seus direitos. O filme deu margem a grandes estudos e é adorado por cineastas, como Martin Scorsese e François Truffaut, que o considerava "A Bela e a Fera" dos westerns, e aparece em documentários quando o assunto é homossexualidade no cinema. É explícita a paixão que Emma sente por Viena, transformada em ódio e desejo de vingança. À parte há o show das cores: a cor de chumbo do vestuário masculino nos remete à aridez do Velho Oeste; o verde, o branco, o vermelho e o preto da roupa das mulheres se contrapõem a esse universo tão característico desde os primórdios do cinema. Outro destaque é a música de Victor Young, que se tornou um clássico. Sterling Hayden, o “Johnny Guitar” do título, representa o poder do macho numa terra sem lei. Mais do que isso, ele chega para proteger a mulher amada, que abandonara há cinco anos. Mas aqui ele é relegado a segundo plano, mesmo realizando estripulias. Numa delas, brinca: “Eu tinha que fazer a minha parte e virar herói”. A parte do macho, do típico herói das pradarias. De arma em punho, Joan Crawford e Mercedes McCambridge parecem que estão pouco se importando com os homens e suas tiradas heróicas, apesar de se aproveitarem deles em momentos oportunos. São a "Thelma & Louise" da Idade de Ouro do Cinema. Espertinhas!

Principais filmes de Nicholas Ray:

- Juventude Transviada (1955)
- Vitória Amarga (1957)
- O Rei dos Reis (1961)
- 55 Dias em Pequim (1963)



quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire, 2008, de Danny Boyle)



Belo filme. Mas faz pensar?

Críticos unidos, jamais serão vencidos. Eu já quis ser crítico de cinema. Já quis ser diretor de cinema também. Hoje em dia assisto aos filmes somente e troco ideias com os amigos. Vi há poucos dias Quem Quer Ser um Milionário. Gostei bastante à primeira vista; continuei gostando depois de uma segunda sessão. E confesso: não tenho entendido direito a raiva dos críticos em relação ao filme. Um, da Folha de S. Paulo, deu "Avaliação: Péssimo", depois de discorrer sobre como o diretor mostra a Índia na tela; que ele (o diretor), como inglês, deveria prestar mais atenção às mazelas de seu país, como, por exemplo, policiais que atiram em estrangeiros confundidos com terroristas. Concordo. Mas até certo ponto. Porque não dá para apontar e dizer: "você não está cumprindo com o seu dever de artista". Não neste caso. Ou pelo menos desta forma. Esperemos. Alguém deve estar preparando um roteiro para um filme cujo tema seja exatamente este: "polícia atira e mata brasileiro no metrô de Londres". Aliás, é preciso que se faça um filme, ou muitos, sobre este episódio. Por enquanto, o que dá para dizer é que Danny Boyle fez um belo trabalho, quer queiram, quer não. Ganhou 8 Oscars, sim, ganhou. Vai faturar mais de 150 milhões de dólares somente nos Estados Unidos, vai, e daí? E se o filme faz pensar numa Índia como um esgoto a céu aberto, como diz o crítico, pensemos nisso então. Tiremos conclusões. Pensemos também numa outra Índia, a real, que como o Brasil acumula suas pobrezas e riquezas, suas crianças órfãs, seus adultos maléficos, sua ganância em ser potência mundial acima de qualquer outro dever e responsabilidades. Enquanto escrevo estas linhas simplórias, ouço a trilha musical de Slumdog Millionaire. Já é um consolo diante de tantas atrocidades sociais do outro lado do mundo ou aqui bem perto da nossa casa. E que Viva o cinema! para nos contar ainda por muito tempo todas as versões da História.







Veja o filme, ouça o disco... Link em "Comentários"

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Aretha Franklin: "Mr. D.J. (5 for the D.J.)"



O FUNK/SOUL DE ARETHA FRANKLIN

"Mr. D.J. (5 for the D.J.)", faixa de abertura do disco "You", de 1975. Pelo que sei, até hoje não foi lançado em CD. Sorte que tenho uma cópia em vinil. Santo vinil. Santa preciosidade. Santa Aretha!




http://www.mediafire.com/download.php?43zjjwrzzgk

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mae West, adorável escandalosa



Mae West (1893-1980) foi a mulher mais debochada do século passado, depois só Dercy Gonçalves. Chique e debochada. Num país conservador como os Estados Unidos, tinha mesmo que existir uma criatura assim, capaz de escandalizar, ir presa, voltar, escandalizar de novo e escandalizar. Não há outra palavra. A não ser “coragem”. Em 1926, levou aos palcos da Broadway uma peça chamada Sexo. Resultado: 10 dias atrás das grades sob a acusação de “obscenidade”. Fez apenas 12 filmes entre 1932e 1978, mas cantou e disse tudo o que tinha para dizer. Suas frases ficaram mais célebres que seus filmes. Aqui, algumas delas, talvez as menos famosas, mas sempre inteligentes e de duplo sentido:

Mae West interpretando a personagem Flower Belle Lee no filme My Little Chickadee (1940):

Flower Belle Lee para um pretendente: Sempre que você não tiver nada para fazer, e muito tempo pra isso, apareça aqui.

----------------

Juiz: Você está tentando mostrar “desprezo” para com este júri?
Flower Belle Lee: Não... Eu estou fazendo meu melhor para “escondê-lo”.

----------------

Flower Belle Lee: Mmm, engraçado, todo homem que eu conheço quer me proteger. Eu não consigo entender do quê.

----------------

Flower Belle Lee (lecionando aritmética para alguns garotos): Dois e dois são quarto e com cinco você terá dez se souber como colocar para funcionar.

----------------

Flower Belle Lee: Eu geralmente evito tentações… a menos que eu não consiga resistir.

----------------

Flower Belle Lee (para Wayne Carter): Você é um homem de ideais. Bom, acho que é melhor eu ir embora enquanto você ainda os tem.

----------------

Wayne Carter: Eu acho que você pode facilmente deixar um homem maluco se ele não for cuidadoso.
Flower Belle Lee: Bem, não tem graça em ser muito cuidadoso.
Wayne Carter: Você não está se esquecendo que é casada?
Flower Belle Lee: Estou fazendo meu melhor.

----------------

Jeff Badger: Eu imagino que tipo de mulher é você.
Flower Belle Lee: Sinto muito, mas eu não dou amostras.

----------------

Wayne Carter: Primavera é a estação do amor.
Flower Belle Lee: Qual o problema com o resto do ano?


Mae West e W.C.Fields em My Little Chickadee

Thanks, Serginho, pela tradução e envio das frases.